O diagnóstico da Síndrome de Burnout se dá quando os sintomas estão relacionados ao contexto ocupacional, ou seja, não se aplica a experiências em outras áreas da vida.
Apesar disso, é possível sim que estudantes tenham sintomas semelhantes aos da Síndrome devido especialmente à sobrecarga que costuma ocorrer diante da rotina intensa de estudos e da “pressão” relacionadas ao vestibular, ou ainda, às provas de mestrado e doutorado, de concursos etc. Esse é um quadro que tem sido, aliás, observado com frequência na prática clínica.
Conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID -11), “Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso“. Apresenta 3 dimensões:
- Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
- Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho
- Redução da eficácia profissional
Os sintomas observados entre os estudantes são os mesmos que constam na Síndrome:
- Esgotamento físico e emocional
- Insônia
- Irritabilidade
- Dores de cabeça
- Apatia
- Desânimo/Desesperança
- Isolamento social
- Baixa autoestima
- Tristeza excessiva
Como evitar
O autoconhecimento é um aspecto importante quando falamos em evitar o Burnout, pois esse impacta diretamente na escolha profissional. Por isso, esse é um tema duplamente importante especialmente no contexto dos estudantes que vão prestar vestibular: não só pelo fato de os estudos poderem gerar essa exaustão, mas também pela importância de se alertar para que esses adolescentes busquem se conhecerem melhor para a escolha profissional (a orientação vocacional pode ser uma boa aliada). (Apesar disso, vale destacar que trabalhar na área/profissão desejada não é garantia de que a Síndrome de Burnout nunca se dará ao longo da vida; cada caso tem suas particularidades).
Para todos os estudantes – sejam eles adolescentes se preparando para o vestibular, sejam jovens/adultos concluindo seu mestrado ou doutorado –, um sono de qualidade é essencial, especialmente pelo fato de estarem em um momento intenso de aprendizados, “exigindo bastante do cérebro”. É nas fases mais profundas do sono que ocorre a reparação de todas as funções do organismo.
Atividades físicas, uma dieta equilibrada e outras atividades que gerem prazer (que permitam se desligar dos estudos) também são medidas importantes; assim como criar uma rotina que contenha ciclos de estudos intercalados com momentos de descanso.